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Matrigestão: um convite a pensar o mundo sob outra ótica

Publicado em

21.03.21 às 18:30
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Autor

Leonardo Pessoa
Matrigestão

Antes de chegarmos na matrigestão, duas perguntas: você já observou que o racismo regeu e ainda governa as nossas mentes, a ponto de fazer a gente seguir um único modelo de sujeito? Que até a filosofia contemporânea desconsiderou o pensamento africano?

Pois é. Se você fizer uma busca pelo Google, por exemplo, vai encontrar pouquíssima coisa em português sobre o tema deste artigo. Não à toa. Só que um grupo de pesquisadores, filósofos e intelectuais negros vem ampliando o alcance desse conhecimento no Brasil. A doutoranda e quilombola Katiúscia Ribeiro é uma dessas pessoas e, se eu fosse você, ficaria de olho nela!

Para entender a matrigestão, é preciso fazer uma viagem à África antes da colonização. No centro de tudo, estavam o sagrado feminino e a sua capacidade de gerar, criar, manter a cadeia. Um detalhe: nessa filosofia, o feminino está em todos, e a potência criadora dos seres não é generificada. Homens e mulheres são matrigestores!

O que se via em territórios do continente – principalmente na yorubalândia, que é a região cultural que compreende parte da Nigéria, de Togo e do Benim – era uma organização determinada pela senioridade, nunca pela hierarquia masculino – feminino. E, só por esse motivo, já vale um aprofundamento em filosofia africana, não é mesmo?

Seguindo o baile…

Embora o colonialismo e o racismo tenham subtraído muito dessas experiências, é possível encontrar exemplos de matrigestão mais próximos do que você imagina. As vivências nos terreiros de candomblé e nos quilombos no Brasil estão entre eles – são espaços que potencializam o feminino a partir dessa filosofia. É, por isso, que não existem privilégios ou secundarizarão entre babalorixás ou ialorixás nas casas de axé. Os dois têm exatamente a mesma função.

Nas falas de Katiúscia, em lives que você encontra nas redes sociais, ela mostra que a filosofia africana é uma oportunidade de questionarmos e esvaziarmos os modelos vigentes (o que é ser homem/mulher, a possiblidade de buscarmos o sul, não o norte), e olhar por outras lentes. Com toda a razão!

Legal demais, né?

Esse aqui é um resumo do resumo do que venho acompanhando sobre o assunto. A grande Katiúscia Ribeiro tem um curso online de Introdução à Filosofia Africana, que já está na 17ª turma. No Insta @katiusciaribeiro, você tem outras informações.

E pra ver mais…

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